Blog Moisés Arruda - Sobral/CE/Facebook-moiseslinharesarruda : Estrutura do PSB impressiona adversários

17 de jul. de 2012

Estrutura do PSB impressiona adversários

 maior arco de alianças e o suporte do Governo do Estado têm reflexos visíveis a olho nu na campanha de Roberto Cláudio. Nos primeiros 10 dias do período eleitoral, o volume da propaganda do candidato do PSB foi o principal fato político da disputa. A capilaridade é, por enquanto, esmagadoramente maior que a de Elmano de Freitas (PT) – único concorrente a possuir rede de apoios capaz de minimamente rivalizar com o representante do governador Cid Gomes (PSB) na disputa. Embora tenha começado a se movimentar mais cedo, a impressão é de que a campanha petista largou atrás em termos de organização. Parece ter sido apanhada em plenos preparativos, enquanto o ex-aliado foi mais rápido. Os carros de som circulando, os muros pintados e os cabos eleitorais que agitam bandeiras nas vias podem ser vistos em número muito maior do lado do PSB que o de praticamente todos os demais juntos. O deputado federal Eudes Xavier (PT) levantou a suspeita de que “falcatruas da Casa Civil” seriam responsáveis por abastecer o concorrente. Sem entrar nesse mérito, era mesmo previsível que a maior estrutura seria de Roberto Cláudio. O PT montou coligação composta de partidos de oposição e vários nanicos. Já o PSB atraiu o gigante PMDB e várias siglas médias, como PP, PTB, PSD, PHS e PRB. Além disso, enquanto a manutenção do poder pelo partido da prefeita é uma incógnita, o governador terá, em qualquer cenário, dois anos de mandato pela frente, com uma máquina maior e mais poderosa. Com isso, seu poder de fogo é naturalmente maior. Mas o principal fator para explicar a diferença de estrutura está nos personagens que estão do lado de Roberto Cláudio.
Desde 2004 o PT não entrava numa eleição sem aliança com os Ferreira Gomes e Eunício Oliveira (PMDB). Na reeleição de Luizianne Lins, em 2008, e na eleição de José Pimentel, em 2010, alguns dos principais responsáveis por articular a arrecadação eram pessoas que hoje estão com Roberto Cláudio, como Arialdo Pinho, Eunício Oliveira e Gaudêncio Lucena. Os petistas sempre foram mestres em mobilizar a militância, mas nunca precisaram, sozinhos, captar recursos e organizar uma campanha desse porte no Ceará. Essa diferença de expertise tem resultados visíveis, por enquanto.
O efeito no resultado final, contudo, é coisa a se conferir. Em eleições estaduais é rara a derrota do candidato com maior estrutura. Já em pleitos municipais, sobretudo em capitais – e particularmente em Fortaleza – essa matemática não é tão simples.
O INIMIGO ESCOLHIDO
A campanha de Elmano passou o recibo da maior estrutura exibida por Roberto Cláudio. Como mostrou a repórter Ranne Almeida, no O POVO de sábado, os discursos na inauguração do comitê petista escolheram o candidato do PSB como adversário. Além de Eudes Xavier, a prefeita Luizianne Lins também fez discurso tendo como alvo o aliado até outro dia. É parte da lógica como o PT funciona. O partido precisa ter o inimigo claramente identificado. O antagonismo e o enfrentamento são os combustíveis usados para inflamar a militância. Dessa vez, contudo, são dois candidatos que estão embaixo e lutam para subir. Embora seja possível, não será simples nem fácil que ambos cresçam a ponto de irem juntos ao segundo turno. Ao trocarem caneladas enquanto ainda estão atrás favorecem os outros candidatos.

A CONFUSA DELIMITAÇÃO SOBRE ONDE TERMINA O GOVERNO E COMEÇA A CAMPANHA
No segundo domingo de campanha, Governo do Estado fez carreata para inaugurar a avenida Maestro Lisboa. No outro extremo de Fortaleza, a Prefeitura promoveu bicicleata para entregar parte do projeto Vila do Mar. A rigor, não parece haver nada fora da lei. Mas os candidatos de PT e PSB estão identificados demais com as respectivas administrações. Nem precisam estar presentes ou ter o nome ou número mencionado para tirarem proveito indireto desses atos. Transitar nesse limiar que separa a legalidade do uso da máquina é negativo para as instituições. O espectador mais desatento nem consegue distinguir onde termina o governo e onde começa a campanha.

LULA, O REINCIDENTE A atuação eleitoral de Lula, em campanha permanente e completamente à margem da lei, chegou a patamar absurdo. O ex-presidente é ícone sem precedentes na política brasileira. É rara a campanha, aliada ou de oposição, que não tente extrair lasquinha que seja de sua popularidade. Por isso mesmo, sua movimentação incontida e desmedida é um mal à democracia brasileira, na forma como vem sendo feita. Ontem O POVO noticiou que Lula foi multado por propaganda antecipada em favor do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB). O valor é de R$ 5 mil. Não é a primeira vez nessas eleições. Outra multa, de mesmo valor e também por campanha fora de época, havia sido provocada por entrevista ao Programa do Ratinho, no SBT. Em 2010, o ex-presidente recebeu pelo menos oito multas pela mesma razão. Um acinte. O valor total a ser desembolsado foi de pouco mais de R$ 50 mil. Perto dos milhões envolvidos na campanha, convenhamos, uma merreca. Sem punições mais rígidas, descumprir a lei se torna excelente negócio.
OS BANHEIROS E O ESTADO
A Secretaria das Cidades e a Controladoria Geral do Estado procuraram a coluna para se manifestar sobre o texto aqui publicado no último sábado. Eles expuseram o trabalho para averiguar as irregularidades, apontaram o afastamento de funcionários e a reformulação do programa. Amanhã a coluna detalha as providências.
fonte- 
Érico Firmoericofirmo@opovo.com.b

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