Diante
das negativas do governo em relação às negociações com o funcionalismo
público, os servidores do Ministério das Relações Exteriores (MRE)
decidiram cruzar os braços, por tempo indeterminado. A decisão foi
aprovada durante uma assembleia nessa terça-feira (21/8) com os
trabalhadores, que prometeram negar a proposta de reajuste estipulado,
pelo Palácio do Planalto, em 15,8%, em três anos. Nesta quarta-feira
(22/8), às 14h30, eles realizam uma passeata até o Ministério do
Planejamento, onde pretendem fazer uma vigília até que a reunião com o
secretário de Relações de Trabalho, Sérgio Mendonça, termine. Segundo o
Sindicato Nacional dos Servidores do MRE, 27 postos estão parados em
vários países.
O porta-voz do Comando de Greve, Helder Nozima Pereira, destacou que
durante a reunião com o secretário, enfatizará, sobretudo o pagamento de
subsídio e equiparação salarial com outras carreiras de Estado. “A
intenção da categoria não é radicalizar a greve e nem dificultar os
serviços no exterior. Porém, não queremos terminar a greve sem nenhum
ganho real”, afirma o representante sindical. Os servidores pleiteiam
que os salários dos assistentes e oficias de chancelaria, passem de R$ 3
mil para R$ 4 mil; R$ 6 mil para 13 mil, respectivamente. Para os
diplomatas, que ganham atualmente R$ 13 mil, o sindicato exige o aumento
para R$ 15 mil.
Correio Brasiliense: 22.08.2012
A
ministra do Planejamento, Miriam Belchior, dá sinais de esgotamento
ante a dificuldade para fechar um acordo com o funcionalismo público.
Aos mais próximos, ela não esconde a decepção com os servidores,
sobretudo os que ganham mais, em recusar a proposta de aumento de 15,8%
em três anos feita pelo governo.
Na
avaliação de Miriam, o governo fez um esforço enorme para encontrar
espaço no Orçamento de 2013 para contemplar, de forma igualitária, todos
os servidores civis do Executivo. Mas a proposta não agradou, mesmo
consumindo quase R$ 22 bilhões por ano dos gastos totais da união.
O
Palácio do Planalto está ciente do esgotamento da ministra, que, no
início do ano, foi obrigada a se afastar do trabalho para descansar,
devido à suspeita de infarto.
Confederação de grevistas diz que vai acionar STF contra corte de ponto
Condsef prepara documento para questionar ação do governo.
Na terça (21), ministério anunciou corte de ponto de grevistas.
A
Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef)
informou na manhã desta quarta-feira (22) que prepara um documento para
questionar, no STF, a decisão do governo de cortar o ponto dos
servidores em greve.
Na
noite de terça-feira (21), o Ministério do Planejamento anunciou o
corte de ponto de 11.495 grevistas. De acordo com o ministério, eles
sofrerão o desconto dos dias parados no salário de agosto, a ser pago a
partir de 1º de setembro.
A ação preparada pelo Condsef deve ser protocolada no STF nas próximas horas, informou a assessoria de imprensa da Confederação.
O
governo estima em 70 mil o número de servidores em greve. Segundo os
sindicatos das categorias em greve, 350 mil servidores federais
paralisaram as atividades em todo o país.
De acordo com o Ministério do Planejamento, há 582,4 mil servidores ativos no Poder Executivo.
Negociações
Nesta quarta-feira, o governo tem nova rodada de negociações com
categorias em greve. Ao longo dos últimos dias, o secretário Relações do
Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, tem recebido
os grevistas para chegar a um acordo sobre o fim das paralisações.
Estão
previstos na agenda do secretário para esta quarta, encontros com
representantes dos servidores da Funai, da Fiocruz, do Itamaraty, do
Condsef, do Inmetro e do Instituto Nacional de Propriedade Industrial
(Inpi).
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