Enquanto obstruem a votação da MP dos Portos junto com o PMDB e os partidos de oposição, tucanos começam a colher assinaturas para a instalação de uma CPI para investigar as acusações de que o governo teria condicionado a liberação de R$ 1 bilhão em emendas à fidelidade de deputados; "A troca de acusações entre a base do governo ao longo das discussões da MP coloca a privatização dos portos sob suspeita", diz o líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP); até agora, partido soma apenas 30 das 171 assinaturas necessárias
247 - Enquanto o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), ainda tenta encaminhar a aprovação da MP dos Portos nos moldes defendidos pelo governo, o PSDB iniciou a coleta de assinaturas para a instalação de uma CPI para investigar as acusações de que o governo federal teria condicionado a liberação de R$ 1 bilhão em emendas ao comprometimento dos deputados da base com a aprovação da MP. A proposta de CPI também se escora nas denúncias feitas por parlamentares da base aliada durante a discussão da matéria.
De acordo com o líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP), que vem obstruindo as votações, a aprovação do texto-base da MP na noite de terça-feira pode suscitar a leitura de que, se houve acordos espúrios, eles foram consumados. "A troca de acusações entre representantes da base do governo ao longo das discussões da Medida Provisória coloca a privatização dos portos sob suspeita. Não podemos empurrar esse assunto sob o tapete. O PSDB entende que a Câmara deve uma explicação ao país", disse o líder. Já assinaram o requerimento cerca de 30 deputados dos 171 necesários à instalação da comissão.
Enquanto isso, no plenário, o líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), voltou a dizer que não pode ser responsabilizado pelo prolongamento da votação da MP dos Portos. Ele disse que, ao pedir votação nominal de alguns destaques na noite de ontem, apenas se antecipou ao movimento da oposição (DEM, PPS e PSDB). "O PMDB não atrasou a votação em um minuto", disse. Cunha afirmou que, na votação dos 11 destaques que ainda restam, o partido vai votar "sem stress, sem problema, mas eventulmente com divergências".
Desde ontem os parlamentares conseguiram votar apenas dois dos 14 destaques apresentadas à MP dos Portos. Nesta quarta-feira, o DEM apresentou, por volta das 17h30, cinco novas emendas aglutinativas, que buscam alterar o texto da MP, numa manobra para adiar a análise da proposta. Mais cedo, o DEM tinha apresentado dez emendas, mas todas foram indeferidas pela Mesa Diretora. A Mesa ainda não se pronunciou sobre as novas emendas.
Denúncias
Segundo Sampaio, "é importante registrar que as denúncias não são querelas da oposição contra o governo". "Ao contrário. Todas as denúncias feitas, todas as suspeitas em relação aos interesses por trás da 'MP dos Portos', foram levantadas por membros da base governista e tiveram por alvo outros membros da mesma base", diz trecho do requerimento. Na visão do PSDB, essa disputa interna maculou a Câmara, lançando sob suspeita todos os parlamentares que participaram da votação da proposição.
O requerimento do PSDB faz um histórico da discussão envolvendo a proposta, desde a edição da medida provisória, em 7 de dezembro. Um dos momentos mais tensos ocorreu no último dia 8, quando, durante a sessão de votação, deputados da própria base deram início a uma sequência de acusações mútuas de corrupção para beneficiar empresas diversas através de modificações no texto da MP.
Líder do PR, o deputado Anthony Garotinho (RJ) classificou a proposta de "MP dos Porcos" e chamou a emenda de "Tio Patinhas". Em resposta, o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), atacou o ex-governador do Rio e defendeu a instauração de processo no Conselho de Ética para esclarecer as denúncias.
Com Agência Câmara Notícias e Portal do PSDB na Câmara
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