Blog Moisés Arruda - Sobral/CE/Facebook-moiseslinharesarruda : Mais médicos

30 de ago. de 2013

Mais médicos



Imagem de Roberto Luque
Médico cubano dá lição de dignidade a colegas brasileiros
O médico cubano Juan Delgado, que foi vaiado e chamado de 
“escravo” por médicos do Ceará, deu uma lição de dignidade ao
 responder às ofensas dirigidas a ele durante o protesto da 
categoria. Em entrevista à Folha de S. Paulo, Delgado se mostrou 
surpreso com as atitudes dos colegas brasileiros e disse que não
 entendeu o motivo da hostilidade, já que está no País para ser
 “escravo da saúde e dos pacientes doentes, pelo tempo que for
 necessário”.

Os ataques ao médico cubano e a outros profissionais 
estrangeiros aconteceram na segunda-feira (26), após o primeiro 
treinamento do programa Mais Médicos. Juan foi estampado numa 
foto com duas mulheres de jaleco branco, aparentando boas 
condições financeiras, que o vaiavam.
“Vamos ocupar lugares onde eles não vão”, disse Delgado, em 
referência ao manifesto dos médicos cearenses. O médico 
cubano ficou impressionado com a reação dos colegas de 
profissão e ressaltou que os estrangeiros que chegaram ao Brasil 
“não vão tirar os postos de trabalho dos brasileiros”. Delgado se 
candidatou ao Mais Médico por vontade própria e já atuou no Haiti.
Durante a entrevista, ele deu um caminho mais civilizado para os 
médicos brasileiros evitarem a contratação de outros 
estrangeiros. “Eles [médicos brasileiros] deveriam fazer o mesmo
 que nós, ir aos lugares mais pobres prestar assistência”, opinou.
 Para ele, o comportamento ofensivo não está partindo de toda a
 classe, mas apenas de alguns que rejeitam os cubanos.
Delgado comentou sobre as dificuldades que os médicos cubanos
 podem encontrar nas áreas mais remotas do país. “O trabalho vai 
ser difícil, porque vamos a lugares onde nunca esteve um 
médico e a população vai precisar muito de nossa ajuda”, 
disse Delgado, completando que é possível oferecer uma assistência 
eficiente à população, mesmo em condições de infraestrutura precária.
Na terça-feira (27), o Ministério da Saúde e outras entidades da classe
 médica no Ceará pediram desculpas aos médicos cubanos
 ofendidos e classificaram como “intolerância, racismo e xenofobia” 
a atitude dos médicos do Simec.
O presidente do sindicato, José Maria Pontes, alegou que as vaias
 não foram dirigidas aos profissionais cubanos, mas aos gestores do 
curso e a expressão “escravos” não teve um sentido pejorativo.
 A presidente Dilma Rousseff também comentou o incidente, com
 a frase “Eu achei bom os aplausos”

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