O coronel reformado do Exército Paulo Malhães foi encontrado morto na manhã de hoje (25) dentro de sua casa, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. No mês passado, o coronel confessou, em depoimento à Comissão Nacional da Verdade, que durante a ditadura participou de sessões de torturas e mortes de presos políticos, entre eles o ex-deputado Rubens Paiva.
De acordo com a viúva Cristina Batista Malhães, três homens invadiram o sítio do casal na noite desta quinta-feira (24) à procura das armas que o coronel colecionava. Ela e o caseiro foram amarrados e trancados em um cômodo pelos invasores.
O delegado Fábio Salvadoretti, da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense, afirmou que não havia marcas de tiros no corpo de Paulo Malhães, apenas sinais de asfixia. “A princípio, ele foi morto por asfixia. O corpo estava deitado no chão do quarto, de bruços, com o rosto prensado a um travesseiro. Ao que tudo indica ele foi morto com a obstrução das vias aéreas”.
A mulher e o caseiro do ex-coronel foram chamados para prestar depoimento. Um rifle e uma garrucha antiga foram apreendidos pelos policiais e impressões digitais foram colhidas para análise.
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, comentou a morte de Malhães.
“Soa estranho que, após essas revelações, o militar tenha sido assassinado. Estou entrando em contato com os ministros Ideli (SDH) e José Eduardo Cardozo (MJustiça) para pedir apoio da Polícia Federal na investigação”, escreveu ela em sua página no Twitter.
Para o presidente da Comissão Estadual da Verdade (CEV) do Rio de Janeiro, Wadih Damous, a morte do coronel pode ser queima de arquivo. “Na minha opinião, é possível que o assassinato do coronel Paulo Malhães tenha sido queima de arquivo. Ele foi um agente importante da repressão política na época da ditadura e era detentor de muitas informações sobre fatos que ocorreram nos bastidores naquela época. É preciso que seja aberta com urgência uma investigação na área federal para apurar os fatos ocorridos no dia de hoje. A investigação da morte do coronel Paulo Malhães precisa ser feita com muito rigor porque tudo a leva a crer que ele foi assassinado”, disse Damous. fonte D do Poder
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