O prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PROS), decidiu tratar internamente das articulações sobre o seu futuro partidário. A postura é uma tentativa de evitar brechas para especulações a partir de respostas a eventuais questionamentos sobre a transferência de partido. Há pouco mais de dois meses surgiram às primeiras informações de uma possível desfiliação do PROS.
Os convites nesse sentido foram feitos e partiram do PP, PDT e PSB. As opções são variadas, mas, em cada uma, os componentes que precisam ser bem avaliados. Sair do PROS para ficar nas mãos de outros grupos, sem o comando de uma sigla, é um erro que Roberto e os aliados não querem cometer.
Essa situação os faz rejeitar a transferência para o PDT, onde o cacique André Figueiredo reina sem deixar espaços para velhas e novas lideranças do partido. Ou seja, o PDT é descartado como novo rumo partidário. No PP, Roberto, Cid e Ciro teriam o comando absoluto do partido, hoje entregue ao Padre José Linhares, ex-deputado federal e atualmente investigado no escândalo da Petrobras.
O PP, porém, tem um perfil conservador, o que, no entender dos integrantes da cúpula política do grupo de Cid e Ciro, representaria um passo atrás em termos de discurso de renovação. Como melhor alternativa, pela história de passado e de futuro, seria o PSB. Foi pelo PSB que Roberto Cláudio se reelegeu à Assembleia Legislativa para o segundo mandato e conquistou, nas eleições de 2012, a Prefeitura de Fortaleza.
PSB
O prefeito Roberto Cláudio recebeu, sim, o convite da cúpula nacional para voltar ao PSB. Há problemas no Ceará com o grupo dos irmãos Novais (Sérgio e Eliane Novais), mas ambos estão sem força política que pudesse significar impedimento ao retorno de Roberto Cláudio e companhia ao berço socialista.
As divergências entre correntes que disputam o comando nacional do PSB assustam mais do que os problemas políticos com os irmãos Novais. O PSB é considerado a melhor alternativa para o prefeito Roberto Cláudio que teria, na disputa pela reeleição, um partido com nome, mais respeitado e com história e imagem para atrair mais alianças.
Roberto tem até o dia 5 de outubro para trocar de partido e sonhar com a reeleição em 2016. A legislação atual estabelece que, quem pretende concorrer a um mandato eletivo, precisa ter domicilio eleitoral e filiação partidária na localidade onde enfrentará às ruas com um ano de antecedência do pleito.
Roberto pode negar, contestar e mudar o rumo do discurso, mas ele e os irmãos Ferreira Gomes estão desconfortáveis no PROS. Há conflito com o comando nacional do partido e certo temor que sejam criados embaraços à reeleição. Embaraços como a negativa de legenda para uma nova candidatura. Esse filme já teve capítulos na campanha eleitoral de 2014 quando os dirigentes nacionais do PROS mandaram recados de descontentamento com os irmãos Ferreira Gomes. A permanência no PROS, contudo, não é descartada.
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