Nenhum senador do PSDB demonstrou interesse em pleitear a cadeira de ministro da Justiça, em reunião da bancada tucana no início da tarde desta quarta-feira, 8. Os dois principais cotados - o atual líder do governo na Casa, Aloysio Nunes Ferreira (SP) e o senador Antonio Anastasia (MG), aliado de Aécio, - disseram que não topam assumir o cargo.
Essa falta de entusiasmo dos tucanos em querer a Justiça chegou a ser transmitida pelo presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), em encontro com o presidente Michel Temer no Palácio do Planalto no meio da tarde.
O deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) também esteve no meio da tarde desta quarta-feira no gabinete de Aécio a fim de buscar apoio para virar ministro da Justiça. Pacheco é aliado no Estado do tucano, que governou em duas ocasiões. Por se sentir desprestigiado, o PMDB mineiro reivindica o comando da pasta. Na saída do encontro, ele negou que esteja em campanha para o cargo. "São especulações", disse.
Ao menos três influentes senadores, dois do PSDB e um do PMDB, afirmaram que, diante da falta de entusiasmo principalmente dos tucanos e da falta de experiência de Pacheco para um posto dessa envergadura, o nome do amigo de Temer e criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira é o mais forte, no momento, para comandar a pasta. "É quem ele gostaria de fazer (ministro)", disse um desses parlamentares.
Mariz chegou a ser cotado para a pasta em abril do ano passado, às vésperas de Temer assumir como interino, mas foi descartado após ter feito críticas à Operação Lava Jato.
Ainda assim, os sinais no Palácio do Planalto é que a decisão do governo não sairá logo. O governo pretende esperar a aprovação, pelo Senado, do nome do ministro licenciado da Justiça, Alexandre de Moraes, para ministro do Supremo Tribunal Federal a fim de escolher o substituto. A expectativa é que Moraes só seja aprovado depois do dia 22 de fevereiro.
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