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14 de fev. de 2011

Porque (quase) chorei no final de Lost

Publicado em 14/02/2011 pelo(a) Wiki Repórter Viamão Hoje, viamao - RS


Este artigo contém revelações sobre o final. Se você não viu, é bom não ler!

“Lost” foi sem dúvida, uma das melhores series de ficção já criada. Tão cedo não se produzirá algo semelhante. Muitos podem até não concordar com isso numa primeira interpretação, mas seus criadores tentaram passar algo extremamente complexo e profundo para o telespectador. A intenção de mostrar os paradoxos das viagens no tempo foi direcionada tanto para o público leigo como de nível mais avançado. Claro que isso não ficou tão claro. Mais ainda, eles tentaram, no final da historia, agradar a gregos e troianos ou, mais exatamente, religiosos e cientistas.
Se for possível ou não viajar no tempo, ainda não se tem nada definido. Muitos excelentes cientistas como Einstein, Carl Sagan e, mais recentemente Stephen Hawking e Michio Kaku especulam a respeito. É conveniente deixar bem claro que Stephen Hawking não fala exatamente da possibilidade física de se viajar no tempo, mas ficar parado em relação a um tempo que continua fluindo, o que é bem diferente.
Esta é, talvez, a ultima barreira da ciência e tudo indica que seja intransponível. As pessoas sempre me perguntam isso e eu respondo que não acho possível. Talvez, a única possibilidade seja de se saltar de um universo para outro, desde que estes estejam defasados no tempo um em relação a outro. Mesmo assim, aquela historia, aquela vida que começamos, jamais poderemos retornar e mudar, ela prosseguirá, com alguma diferença em relação aos outros cosmos o que vai de frente com conceitos religiosos como reencarnação ou céu e inferno.

Admitindo-se a existência de uma Energia ou Entidade Criadora, não necessariamente um “Deus benevolente”, pode-se admitir que ele tenha criado essa possibilidade de multi-universos, desde que existam leis claras tanto na Física como na Matemática para isso. Deus, se existir, não é ilusionista, não faz mágicas por fazer. Tudo que faz é bem calculado. Eu diria que o homem estuda na mesmo escola que ele estudou.

Ora, se muitos personagens na serie “Lost” morreram na queda do Vôo 815 e tantos outros morreram ao longo da trama, para onde teriam ido suas almas? (considerando o lado religioso em questão, é claro). Vamos supor que a Shannon Rutherford, a bela patricinha loira que morreu na primeira temporada tenha desencarnado e sua alma tenha ido para outra garota, como prega o Espiritismo. Mais tarde, Daniel Faraday descobre como fazer tudo voltar e no final, Sayid Jarrah e Shannon voltam a ficar juntos. Como ficaria a pessoa com a alma que era da Shannon? E se houvesse mesmo um lugar no céu para os bons e outro no fundo da Terra para os maus? O cara estava lá, dentro de um caldeirão com o diabo e de repente, chamam ele de volta porque voltou à vida no final da historia? Com certeza não teria lógica na religião e talvez não tenha na Física.
Claro que essas considerações religiosas não podem ser consideradas verdadeiras, nem ao menos são teorias. São coisas que alguém disse e “colou” como dizem. Muitas pessoas gostaram de ficar sabendo que podem morrer amanha porque irão voltar num novo corpo ou que irão para um lugar melhor, sem doenças, sem fome, sem ter que trabalhar etc. (o que não é o meu caso).
Podemos observar que no final da historia, todos se dirigiram para uma Igreja e mais, numa das cenas um vitral apresentava claramente símbolos de várias religiões ou filosofias, já que havia seguidores de varias naquele vôo. Lá dentro, ficou claro que estavam todos mortos e tinham que ficar juntos para sumir e ir para outro lugar. Imagine se o Doutor Jack Shephard estivesse bem no meio de uma cirurgia? O que diriam seus colegas? Era exatamente como se dois universos paralelos, diferentes apenas no tempo estivem correndo lado a lado. Quando Jack senta num dos bancos da igreja, ele cai no chão da ilha ferido; quando finalmente morre, uma luz brilha e tudo termina (pelo menos a serie). E o universo volta a ficar em equilíbrio.
Ninguém saberá o que houve com Desmond David Hume, Penélope, Sayid, Hugo "Hurley" Reyes, James "Sawyer" Ford, Kate Austen etc. Eles simplesmente sumiram, deixaram de existir neste universo porque não deveriam mais estar aqui. Ficaram seus carros, imóveis, fortunas tudo enfim, pois aquilo já não importava mais para eles. Eles já tinham morrido no passado mas, de alguma maneira, passaram para um futuro que não lhes pertencia. E eles de alguma forma sentiam algo de anormal. Por isso não eram felizes (pelo menos me passou esta sensação), já que todos queriam de alguma forma voltar à ilha e fazer algo, sem saber exatamente o porquê.
Importante frisar a idéia, para alguns chata, de contar varias historias ao mesmo tempo, e o que é pior, coisas que aconteciam em tempos diferentes. Mas era neste ponto que se apontava exatamente que existiam vários universos correndo ao longo da trama principal e que iam se aproximando cada vez mais rápido, até o ultimo instante (Jack ferido na ilha e Jack dentro da igreja).
Não sei se era esta a idéia dos escritores, mas foi a sensação que me passou assistindo ao final, já que desde que aprendi a ler sempre me interessei por este assunto, ou seja, viajar no tempo. De lá para cá tive que ler coisas não tão comuns para as crianças, como Física Quântica, Teoria da Relatividade, Cosmologia e outras teorias mais excêntricas. O final de “Lost” vem a fechar exatamente com minhas teorias mais recentes, que é a dos Multi Universos Paralelos que seria a única forma coerente tanto na Física como na Religião de se voltar no tempo através de portais, buracos ou seja, lá qual “defeito” surgir nas camadas do universo sem ofender a Gregos ou Troianos, nem aos deuses nem aos cientistas. Foi apenas por isso que eu (quase) chorei!
 fonte -  Postado por Silvio Monteiro originalmente em:
http://silviomonteiro.blogspot.com/2011/02/porque-quase-chorei-no-final-de-lost.html

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