Em visita ao país, ele autorizou ação militar contra regime de Kadhafi.
Presidente dos EUA disse querer aprofundar comércio com o Brasil.
Obama e Dilma durante encontro no Palácio do
Planalto (Foto: Raquel Aviani / G1)
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, embarcou por volta das 19h deste sábado (19) para o Rio de Janeiro acompanhado da primeira-dama, Michelle Obama, e das filhas do casal, Sasha e Malia. Obama encerrou a primeira etapa de sua viagem ao Brasil deixando como principal marca a autorização para o ataque militar norte-americano à Líbia.Planalto (Foto: Raquel Aviani / G1)
Após participação em fórum empresarial, Obama fez um pronunciamento para a imprensa norte-americana, não previsto na agenda, sobre a situação na Líbia. Ele anunciou ter autorizado uma "operação militar limitada", sem o uso de soldados em solo.
Em Brasília, Obama acenou com o apoio à aspiração brasileira a uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU e fez declarações de interesse em aprofundar as relações comerciais com o Brasil, em especial nos setores energético e de infraestrutura.
Em sua primeira oficial ao país, foram assinados dez acordos de cooperação ou de comércio. Obama também se reuniu com a presidente Dilma Rousseff. Almoçou no Itamaraty e participou do encerramento de fórum empresarial na capital federal.
O presidente dos EUA chegou a Brasília às 7h30 deste sábado, exatamente no horário agendado. Foi recebido na Base Aérea de Brasília pelo comandante da instalação militar, coronel Geraldo Correia de Lyra Júnior, pelo embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon, e pela chefe do cerimonial do Itamaraty, embaixadora Maria de Lujan.
Em seguida, a comitiva de Obama se deslocou para o hotel Royal Tulip, onde a família ficou hospedada neste sábado.
Encontro com Dilma
Obama foi recebido pela presidente Dilma Rousseff por volta das 10h30. Ele chegou desacompanhado, passou as tropas em revista e subiu a rampa do palácio ao encontro de Dilma, a quem cumprimentou.
A primeira-dama norte-americana, Michelle Obama, entrou por um acesso secundário do Planalto. Em seguida, Dilma conduziu o colega norte-americano em uma visita à exposição de artistas brasileiras que será aberta para o público na próxima semana.
A passagem do presidente dos Estados Unidos pelo Brasil resultou na assinatura de dez acordos e memorandos bilaterais envolvendo os dois países. Entre os atos, estão parcerias nas áreas de aviação, comércio, educação e tecnologia.
Um dos documentos assinados pelos representantes dos dois países prevê a cooperação dos Estados Unidos para apoiar o governo brasileiro na organização de grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Em comunicado, as nações falaram em parceria global.
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Enquanto isso, a primeira-dama dos Estados Unidos, junto com suas filhas Sasha e Malia, aproveitou a visita para assistir a apresentações do grupo de capoeira Raízes do Brasil e do grupo de percussão Batalá, formado somente por mulheres.Conselho de Segurança e Líbia
Em outro comunicado conjunto, o presidente Barack Obama manifestou seu "apreço" pela aspiração do Brasil de tornar-se membro permanente do Conselho de Segurança da ONU e reconheceu as responsabilidades globais assumidas pelo Brasil.
Dilma, por sua vez, pediu uma reforma da Organização das Nações Unidas e posteriormente, durante almoço no Itamaraty, reafirmou seu desejo por uma vaga no Conselho de Segurança.
A agenda bilateral foi momentaneamente interrompida quando Obama falou sobre as tensões na Líbia. Ele disse que os Estados Unidos estão prontos para agir com "urgência" no país africano.
A presidente Dilma (de vermelho) aguarda a chegada do colega Barack Obama ao Palácio do Planalto (Foto: Raquel Aviani / G1)
Poucos minutos após o discurso de Obama, um porta-voz militar da França afirmou que o país começou a disparar contra alvos na Líbia. O ditador Muammar Kadhafi, no poder há quase 42 anos na Líbia, tem confrontado os manifestantes em seu país. Há dois dias, as potências receberam sinal verde da ONU para a operação militar.Nesta tarde, após o anúncio das operações da França na Líbia, o presidente Barack Obama confirmou que autorizou uma "operação militar limitada" no país.
Encontro com empresários
Depois de almoçar com líderes políticos brasileiros no Palácio do Itamaraty, o presidente dos Estados Unidos seguiu para um centro de convenções no centro de Brasília, onde participou de uma Cúpula Empresarial do Brasil com os Estados Unidos.
"Muitos dizem que o Brasil é o país do futuro. Então, o futuro chegou", disse Obama em seu discurso pra os empresários, ressaltando que o avanço se deu por trabalho e por competência especialmente dos dois últimos governantes, mencionando os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.
Barack Obama e a mulher, Michelle, ao embarcar para o Rio de Janeiro neste sábado, após primeiro dia de visita ao Brasil (Foto: Sérgio Amaral/G1)
Segundo Obama, o Brasil conseguiu mostrar que o capitalismo pode existir junto com uma preocupação com justiça social. Ele ressaltou o papel do Brasil na formação de uma nação de imigrantes que encontra força na diversidade e que consegue se consolidar como uma das maiores democracias do mundo.No Rio de Janeiro, onde desembarca na noite deste sábado, o presidente dos Estados Unidos fará um pronunciamento no Theatro Municipal. Inicialmente, o governo dos EUA informou que o evento seria aberto, na Cinelândia, e chegou a confeccionar convites para a população. A desistência do evento ao ar livre deixou turistas decepcionados.
Na lista dos 2 mil convidados para o discurso no Theatro Municipal estão os do empresário Eike Batista, do cantor Gilberto Gil, do ex-jogador de futebol Pelé, do dirigente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, os sambistas Martinho da Vila e Alcione, além do casal de atores Taís Araújo e Lázaro Ramos.
A assessoria de imprensa do governo do estado do Rio de Janeiro informou ainda que telões serão instalados do lado de fora do Theatro Municipal, para que o público possa acompanhar em tempo real as palavras de Obama.
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