RAFAEL GARCIA
DE WASHINGTON
Um planeta com dois sóis é a descoberta mais nova do telescópio espacial Kepler, da Nasa (agência espacial americana). Em um estudo publicado nesta quinta-feira, cientistas mostram como é o novo astro, com tamanho similar a Saturno. DE WASHINGTON
O novo corpo celeste fica no sistema estelar batizado de Kepler-16, na região da constelação da Lira. Suas duas estrelas mães têm tamanhos diferentes; uma possui massa equivalente a 70% o tamanho do Sol e a outra, menos brilhante e de espectro mais avermelhado, de 20%.
Science | ||
O novo astro com dois sóis, descoberto pelo telescópio espacial Kepler, tem um tamanho similar a Saturno |
Sistemas binários, como são conhecidos esses pares de estrelas, são comuns na nossa galáxia e teóricos já havia postulado a possibilidade de planetas orbitarem ao seu redor. Esta, porém, é a primeira vez que astrônomos descrevem isso sem margem de dúvida.
A descoberta do novo planeta foi possível porque o telescópio Kepler observa sua órbita de perfil, e é capaz de perceber a tênue queda de luminosidade cada vez que o planeta eclipsa uma das duas estrelas.
JPL-Caltech/R. Hurt (SSC)/Nasa | ||
Os astrônomos estudaram a relação gravitacional entre os três objetos celestes ao mesmo tempo |
O planeta, porém, está longe demais para que os astrônomos consigam enxergar seu contorno diretamente.
Batizado de Kepler-16b, o planeta faz a luminosidade do sistema sofrer uma queda de 1,7% durante o eclipse da estrela maior e de 0,1% durante o eclipse da estrela menor.
O Kepler, que monitora mais de 150 mil estrelas na região, é o único telescópio com sensibilidade suficiente para detectar variações tão pequenas e capaz de acompanhá-las sem interrupções.
O novo planeta foi observado em todo o seu "ano" e cientistas conseguiram determinar que o raio médio de sua órbita é de aproximadamente 100 milhões de quilômetros, dois terços da distância entre o Sol e a Terra.
Para confirmar a descoberta, porém, astrônomos precisaram encarar um desafio bem mais complexo, pois não tiveram de estudar apenas a órbita do novo planeta, que dura 229 dias.
As estrelas A e B também exercem força gravitacional entre si e mudam de posição o tempo todo em relação ao centro do sistema. Isso fez com que os períodos de órbita detectados pelos cientistas em um primeiro momento variassem entre 221 dias e 230 dias, um dado difícil de interpretar.
fonte - folha.com
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