Blog Moisés Arruda - Sobral/CE/Facebook-moiseslinharesarruda : Presidente da Câmara anuncia para outubro votação sobre fim do Fator Previdenciário

11 de set. de 2012

Presidente da Câmara anuncia para outubro votação sobre fim do Fator Previdenciário


Em reunião com o deputado Marco Maia, Vagner Freitas reiterou que a CUT não aceita aumento da idade mínima para aposentadoria e defende Previdência Pública e Solidária

Escrito por: Leonardo Severo, de Brasília

Deputado Vicentinho (PT-SP), presidente da CUT, Vagner Freitas e o presidente da Câmara, Marco Maia
  Agnaldo Azevedo  

Deputado Vicentinho (PT-SP), presidente da CUT, Vagner Freitas e o presidente da Câmara, Marco Maia
O presidente da Câmara Federal, deputado Marco Maia (PT-RS) anunciou em reunião com lideranças cutistas em seu gabinete nesta quarta-feira (5), Dia de Mobilização Nacional da CUT, que o fim do Fator Previdenciário, mecanismo de arrocho das aposentadorias instituído pelo desgoverno FHC, irá finalmente à votação no mês de outubro.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, lembrou que além de lutar pelo fim do famigerado fator, a Central tem pontos essenciais para serem destravados urgentemente pelo Legislativo. “Não aceitamos o aumento da idade mínima para a aposentadoria e questionamos a política de desoneração da contribuição patronal na folha de pagamentos, por não garantir o equilíbrio da Previdência Pública e Solidária e não exigir contrapartidas, metas de geração de emprego e não demissão dos trabalhadores”, explicou.
Vagner apresentou ao presidente da Câmara o conjunto da pauta da CUT, das quais também faz parte a destinação de 10% do PIB para a educação; a regulamentação da negociação coletiva no serviço público; o combate à precarização; a defesa da reforma agrária e do trabalho decente.
Marco Maia lembrou que 2012 foi um ano em que a pauta na Câmara registrou alguns avanços, citando nominalmente a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do Trabalho Escravo - que contou com forte oposição da bancada ruralista -, destacando a importância da atuação dos movimentos sociais para garantir sua efetivação.
Vice-presidente da CUT-SP, Douglas Izzo entrega ao líder da bancada do PT na Câmara, Jilmar Tatto, as reivindicações da Central. Na foto, ao lado de Vicente Almeida (Sinpaf), Renato Zulato e Telma VictorVagner ressaltou que negociação e mobilização são duas faces da mesma moeda e que, pela riqueza de sua história e trajetória de compromisso com a classe trabalhadora e o Brasil, a CUT se mantém unida e mobilizada para aprofundar as mudanças. “Apresentamos as nossas reivindicações e vamos cada vez mais colocar o bloco na rua para garantir direitos e ampliar conquistas”, enfatizou.
REUNIÃO COM O LÍDER DA BANCADA DO PT
  Leonardo Severo  

Vice-presidente da CUT-SP, Douglas Izzo entrega ao líder da bancada do PT na Câmara, Jilmar Tatto, as reivindicações da Central. Na foto, ao lado de Vicente Almeida (Sinpaf), Renato Zulato e Telma Victor
A reunião com o líder da bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara, deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP), foi coordenada por Douglas Izzo, vice-presidente estadual da CUT-São Paulo e dirigente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp). Esclarecendo cada um dos pontos da pauta, Douglas sublinhou a importância da aprovação dos 10% do PIB para a educação e falou da necessidade de que ela venha a ser efetivamente implementada por estados e municípios.
O presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf), Vicente Almeida, alertou para as ameaças que pairam de privatização da Embrapa a partir de um projeto do senador Delcidio Amaral (PT-MS), “que está na Comissão Mista de Economia”. Há uma necessidade da Embrapa, “como empresa pública, estar vinculada ao interesse público e não ao agronegócio”. “O projeto de Delcidio abre o capital da Embrapa para a venda de ações, o que representaria a consolidação dos interesses das grandes empresas privadas na elaboração, no controle e direcionamento da política agropecuária”, disse. “São R$ 170 milhões em pesquisa dos quais apenas 4% vai para a agricultura familiar, que é responsável por 70% do que o brasileiro come”, frisou Vicente. Esta falta de sintonia, avalia o dirigente do Sinpaf, explica as práticas antissindicais pela qual a Embrapa foi denunciada pela CUT e pelo Sindicato à OIT pelo desrespeito à Convenção 98.
A secretária de Formação da CUT-SP, Telma Victor, também dirigente da Apeoesp, e o secretário de Administração e Finanças da CUT-SP e dirigente do Sindicato dos Químicos, Renato Zulato também defenderam a regulamentação da Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que dispõe sobre a negociação coletiva no serviço público. “Nós apoiamos a presidenta Dilma e o projeto democrático-popular, mas é completamente inaceitável um Decreto como o 7777, que visa restringir o direito de greve a partir da substituição dos grevistas”, declarou Telma.
O documento apresentado pela CUT ao presidente da Câmara e a várias lideranças partidárias apresenta as seguintes reivindicações:
10% do PIB para a educação -  A CUT reivindica que 10% do PIB sejam destinados à educação e a aprovação do Plano Nacional da Educação, bem como a aplicação imediata, no âmbito de Estados e Municípios, da Lei de Piso do Magistério.
Fim do fator previdenciário e não ao aumento da idade mínima- A CUT exige o fim do fator previdenciário e não aceita o aumento da idade mínima para a aposentadoria. Questiona a política de desoneração da contribuição patronal na folha de pagamentos, por não garantir o equilíbrio da Previdência Pública e Solidária e não exigir contrapartidas, metas de geração de emprego e não demissão dos trabalhadores.
Regulamentação da negociação coletiva no serviço público- A CUT considera o Decreto 7.777 um atentado ao direito de greve e sua aplicação por parte do governo uma flagrante conduta antissindical. Exige sua imediata revogação. Reivindica a regulamentação da negociação coletiva no serviço público e da Convenção 151 da OIT.
Agenda do trabalho decente -A CUT demanda ao Parlamento a inclusão da Agenda do Trabalho Decente em sua pauta de debates. Reivindica a aprovação, em regime de urgência, da convenção 158 da OIT; reivindica ainda medidas que inibam a precarização das relações de trabalho, a aprovação da PEC 57/99, da PEC 231/95 que reduz a jornada de trabalho para 40 horas, a isenção do imposto de renda sobre a PLR , a aprovação do PL de Igualdade entre homens e mulheres no trabalho (PL 4857/2009) e a equiparação dos trabalhadores (as) domésticos (as) aos demais trabalhadores (as).
Terceirização -A CUT se posiciona contra a aprovação do substitutivo ao PL 4330, de autoria do Deputado Roberto Santiago e em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça. Cobra a sua rejeição por parte dos parlamentares. Ao mesmo tempo, aguarda um posicionamento firme do Governo Federal em defesa da valorização do trabalho, colocando em tramitação o Projeto de Lei construído pelas Centrais Sindicais junto com o Ministério do Trabalho e Emprego.
Reforma agrária -A CUT demanda do governo brasileiro uma ação mais consequente em relação à Reforma Agrária. Exige a punição severa daqueles que praticam a violência contra os trabalhadores, o fim do trabalho escravo e do trabalho infantil, o limite do tamanho da propriedade fundiária, maior agilidade nos processos de desapropriação de grandes propriedades improdutivas e o avanço de políticas públicas para fortalecer a agricultura familiar.

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