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10 de set. de 2013

Presidenta Dilma divulga nota sobre medidas contra espionagem



Imagem de Roberto Luque

A presidenta Dilma Rousseff emitiu, ontem, nota oficial sobre
denúncia de violação das comunicações e de dados do governo
 brasileiro e da Petrobras pela Agência Nacional de Segurança 
dos Estados Unidos.

Segundo a presidenta, “tais tentativas de violação e espionagem

 de dados e informações são incompatíveis com a convivência
 democrática entre países amigos, sendo manifestamente ilegítimas. 
De nossa parte, tomaremos todas as medidas para proteger o país,
 o governo e suas empresas”.Confira abaixo a íntegra da Nota:
Mais uma vez, vieram a público informações de que estamos sendo

 alvo de mais uma tentativa de violação de nossas comunicações e de 
nossos dados pela Agência Nacional de Segurança dos EUA. 
Inicialmente, as denúncias disseram respeito ao governo, às
 embaixadas e aos cidadãos – inclusive a essa Presidência. Agora,
 o alvo das tentativas, segundo as denúncias, é a Petrobras, maior 
empresa brasileira. Sem dúvida, a Petrobras não representa
 ameaça à segurança de qualquer país.
Representa, sim, um dos maiores ativos de petróleo do mundo

 e um patrimônio do povo brasileiro.Assim, se confirmados os fatos veiculados pela imprensa, fica 
evidenciado que o motivo das tentativas de violação e de espionagem
 não é a segurança ou o combate ao terrorismo, mas interesses
 econômicos e estratégicos.
Por isso, o governo brasileiro está empenhado em obter

 esclarecimentos do governo norte-americano sobre todas as
 violações eventualmente praticadas, bem como em exigir medidas
 concretas que afastem em definitivo a possibilidade de espionagem
 ofensiva aos direitos humanos, a nossa soberania e aos nossos 
interesses econômicos.
Tais tentativas de violação e espionagem de dados e 

informações são incompatíveis com a convivência democrática
 entre países amigos, sendo manifestamente ilegítimas. De
 nossa parte, tomaremos todas as medidas para proteger o país,
 o governo e suas empresas.
Parlasul aprova moção de repúdio à espionagem dos EUA 

apresentada por Newton LimaOs deputados que compõem o Parlamento do Mercosul (Parlasul),
 reunidos em Montevidéu, Uruguai, ontem, endossaram a moção de
repúdio à espionagem dos Estados Unidos, apresentada pelo 
presidente da Representação Brasileira, deputado Newton Lima
 (PT-SP).
No texto, os parlamentares manifestaram seu “veemente repúdio

 às atividades de espionagem da National Security Agency (NSA)
 e outras agências de inteligência norte-americanas”. O
 documento faz referência, especialmente, à espionagem sofrida
 pelo Brasil e pela presidenta Dilma Rousseff. “Trata-se, sem lugar 
a dúvidas, de uma clara ofensa à soberania da República Federativa 
do Brasil, e que não pode deixar de ser repudiada nos termos mais
 vigorosos”, diz o documento.
“Na moção também prestamos solidariedade à presidenta Dilma

 Rousseff e total apoio à sua decisão de levar o assunto para a
 ONU”, explica Newton Lima. O texto recorda ainda artigo da 
Declaração Universal dos Direitos do Homem, adotada em 
1948 pela Assembleia Geral das Nações Unidas e firmada
 pelos Estados Unidos, que diz que “ninguém será sujeito a 
interferência na sua vida privada, na sua família, no seu 
lar ou na sua correspondência”.
Para o presidente da Representação Brasileira no Parlasul, 

outra decisão importante desta reunião foi a retomada das
 atividades legislativas do Parlasul que acontecerá no dia 11 de 
novembro. Os cinco países que integram o Mercosul serão 
convocados – Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela. 
“Retomarmos o Parlasul é fundamental para estreitar o diálogo entre
 os países e seguir no processo de integração da América do Sul”, 
explicou.
Uma comissão formada com três parlamentares do Brasil, Uruguai,

 Argentina e Paraguai irá até a Venezuela para facilitar o entendimento
 sobre a importância da reintegração do Paraguai ao bloco. “Vamos
 buscar sensibilizar os colegas venezuelanos para a importância do
 Paraguai e do fortalecimento do Mercosul”, destacou Newton Lima.
Mais espionagem: Petistas sugerem suspensão de leilão do Campo
 de Libra
Após a espionagem a cidadãos brasileiros e à própria presidenta
 Dilma Rousseff, o alvo desta vez da Agência de Segurança Nacional
 (NSA) americana foi a Petrobras - maior empresa brasileira do ramo 
petrolífero. As graves denúncias envolvendo a espionagem 
norte-americana no Brasil foram reveladas em reportagem exibida
 no domingo (8), pelo programa Fantástico da Rede Globo.

A reportagem mostra que documentos ultrassecretos em poder do
 ex-agente da NSA Edward Snowden, repassado ao jornalista 
Glenn Greenwald, comprovam o modus operandi da NSA.  A matéria
 exibe uma apresentação feita pela agência em maio de 2012, onde 
explica aos novos agentes os caminhos para acessar e espionar
 redes privadas de computador e redes internas de empresas,
 governos e instituições financeiras. Um dos slides traz o nome da 
Petrobras seguido do título: "muitos alvos usam redes privadas".
O presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Petrobras, 
deputado Luiz Alberto (PT-BA) disse que vai propor ao colegiado 
que se faça uma nota de protesto em relação ao fato e, ao mesmo
 tempo, vai sugerir ao governo a suspensão do leilão do Campo de
 Libra, na Bacia de Santos, considerado o maior leilão da história do
 petróleo, marcado para o mês de outubro.
“Penso que o leilão do Campo de Libra deve ter suspensão imediata,
 até que se tenha informação exata da gravidade e da extensão da 
invasão dos Estados Unidos nas informações estratégicas da 
Petrobras”, avaliou Luiz Alberto. 
De acordo com Luiz Alberto, o governo americano está 
interessado nos conhecimentos que a empresa brasileira detém
 sobre a área do pré-sal. Segundo ele, a Petrobras é detentora de
 tecnologia e líder mundial em exploração de petróleo em águas
 profundas. O que explica o “súbito” interesse do governo
 norte-americano. “É fundamental o governo brasileiro tomar 
precauções”, reiterou o petista.
Para o deputado Fernando Ferro (PT-PE), a justificativa contida
 na nota divulgada pela Agência de Segurança Nacional dos
 Estados Unidos, reproduzida pelo Fantástico, de que não
 usa a sua capacidade de espionagem internacional para roubar
 informações comerciais de empresas estrangeiras em benefícios 
próprios, não se sustenta. “O Brasil está diante de um risco”, enfatizou.
Fernando Ferro lembrou também que, recentemente, os EUA
 disseram que a espionagem era feita para detectar ação
 terrorista. “A espionagem se confirma, agora, como uma
 ingerência, uma interferência do governo americano nos negócios
 de outros países, particularmente na área de petróleo”, disse.
De acordo com Fernando Ferro, houve muita expectativa criada
 com a descoberta do pré-sal nos mares brasileiros e isso levou
 os EUA a deslocar a quarta frota para o Atlântico Sul depois
 dessas descobertas.
“Acho que há interesse sim e deve ser analisado. Essa 
espionagem é preocupante, até porque quem vai para um leilão
 como o de Campo de Libra, com determinadas informações,
 pode apostar sem risco”, advertiu o parlamentar pernambucano.
Além da Petrobras, o Google (provedor de e-mails e serviços de
 internet); a rede privada do Ministério das Relações Exteriores
 da França, entre outros, foram alvos da espionagem americana.
 É o que revelou a reportagem.

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