Blog Moisés Arruda - Sobral/CE/Facebook-moiseslinharesarruda : Terceirização‏

5 de set. de 2013

Terceirização‏


Imagem de Roberto Luque

Terceirização: CCJ não votará projeto que prejudica trabalhador, 

afirma Décio Lima

Protestos de centenas de sindicalistas das principais centrais
 sindicais do País inviabilizaram ontem a realização da reunião da 
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Os manifestantes queriam 
impedir que a comissão incluísse na pauta de votação o projeto 
de lei (PL 4330/04) que regulamenta o trabalho terceirizado. Para 
preservar a integridade física dos parlamentares e sindicalistas, 
o presidente da CCJ, deputado Décio Lima (PT-SC), cancelou a 
reunião. “Com esse clima que está aqui, não dá para realizar 
sessão. Se o clima for o mesmo amanhã (quarta-feira), também, não 
faremos a reunião”, avisou.

Décio Lima informou também que, enquanto presidir o colegiado, não

 colocará o projeto da terceirização em votação. “Enquanto eu for 
presidente, não pauto essa matéria, a não ser que ela reúna uma 
condição de acordo com as centrais sindicais dos trabalhadores”,
 afirmou. O deputado acrescentou, no entanto, que cumprirá o 
regimento da Casa. “Caso haja requerimento com as assinaturas 
necessárias pedindo a inclusão da proposta na pauta, serei 
obrigado a fazê-lo”, explicou.

O presidente da CCJ disse ser pessoalmente contra o mérito da

 proposta, argumentando que ela precariza as relações de trabalho. 
“Não há urgência em pautar o projeto, uma vez que ele não é de
 interesse da população brasileira neste momento. Essa proposta 
não está em sintonia com a voz rouca das ruas”.

CLT – Na opinião do deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), integrante 

da CCJ e que já foi ministro do Trabalho e da Previdência Social no
 governo Lula, a terceirização da forma como está sendo proposta 
rasga a CLT (Consolidação da Legislação Trabalhista). “É um 
verdadeiro retrocesso, porque autoriza a terceirização de qualquer
 atividade, de qualquer setor”, alertou.

Hoje, a terceirização no Brasil é regulada por uma súmula do Tribunal

 Superior do Trabalho (TST), que só permite a terceirização para as
 chamadas atividades-meio (aquelas que têm a finalidade de dar
 suporte às atividades principais de uma empresa). Já o 
projeto da terceirização, de autoria do deputado Sandro Mabel
 (PMDB-GO), permite também que essa prática seja expandida às 
atividades-fim (a principal de uma empresa, descrita na cláusula-objeto 
do seu contrato social).

Os deputado Artur Bruno (PT-CE) e Vicentinho (PT-SP), também

 integrantes da CCJ, se posicionaram contrários à aprovação do 
projeto da terceirização. “É uma proposta que vai contra os rumos
 atuais do País, uma vez que ela precariza as relações de trabalho,
 enfraquece as categorias e rebaixa os salários”, afirmou 
Artur Bruno. Vicentinho frisou que o projeto só beneficia a classe 
empresarial, “que busca mais lucro em desrespeito aos 
direitos dos trabalhadores”.

Vitória – Os sindicalistas consideraram uma vitória a postura do

 presidente da CCJ. “Vencemos hoje, mas vamos continuar vigilantes 
para não permitir a votação desse projeto”, afirmou o presidente da
 Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas. Ele
 acrescentou 
que a proposta das centrais é que o projeto seja arquivado. “Ele é
 nocivo à classe trabalhadora e ao Brasil. Somos totalmente 
contrários à redação que vem sendo elaborada para o projeto”, 
afirmou.

Estima-se que haja no Brasil, atualmente, cerca de 12 milhões de 

pessoas em regime de trabalho terceirizado. A estimativa da central 
é que, com a possível aprovação do PL, esse número suba para 
33 milhões. “Com a ampliação da terceirização para todas as
 atividades, as empresa vão demitir empregados regularmente
 contratados para substituí-los por trabalhadores terceirizados, com
 menores salários”, alertou Vagner Freitas. “Os empresários querem
 baixar o custo com a mão de obra e precarizar as relações de 
trabalho”, reforçou.

Petistas repudiam ação policial contra sindicalistas no Congresso

A deputada Margarida Salomão (PT-MG) manifestou, em nota, seu 
repúdio à forma como sindicalistas das principais centrais sindicais 
do País foram reprimidos na tarde de ontem, durante protesto contra
 o projeto de lei (PL 4330/04) que regulamenta as terceirizações.

Segundo a deputada, os manifestantes foram impedidos de forma 

violenta de entrar no anexo II e no plenário 1 da Câmara dos 
Deputados. O grupo pretendia acompanhar a reunião da 
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que discutiria o projeto 
de lei. Para Margarida, “o grupo tem plena liberdade de se
 manifestar e não pode ser reprimido com violência”.

O deputado Afonso Florence (PT-BA) considerou o episódio 

grave. “É preocupante quando há cerceamento da presença 
do povo no Parlamento”, alertou. O deputado Marcon (PT-RS) 
disse que a situação foi complicada. “As portas estavam fechadas 
até mesmo para os parlamentares”, contou.

O deputado Luiz Couto (PT-PB) também criticou a forma como os

 sindicalistas foram tratados e defendeu uma negociação de 
líderes na CCJ para evitar confrontos e tumultos na comissão.
 “É preciso assegurar o direito de ir e vir. Proponho ainda que, 
enquanto o clima estiver ruim, que entre na pauta de votação 
apenas as matérias que tiver acordo”, acrescentou.

Segundo divulgou a CUT (Central Única dos Trabalhadores), 

os sindicalistas foram barrados pelas polícias Militar e Legislativa,
 que teriam se utilizado de gás de pimenta, cassetete e bombas 
para impedir o protesto.

A votação do PL 4330/04 não estava na pauta de ontem da CCJ,

 mas poderia entrar em caso de entendimento entre os deputados.

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