CONTRIBUINTE PAGA A CONTA DO LAGO POLUÍDO PELA
OMISSÃO DE BUROCRATAS
No fundo do lago, a mancha atingiu área de 190 m2
O contribuinte mais uma vez poderá pagar a conta da irresponsabilidade
dos órgãos públicos. O Governo do Distrito Federal (GDF) contratou a empresa
Suatrans Cotec, especializada em despoluição de águas, pelo valor de R$2
milhões para remover o óleo que vazou de uma caldeira do Hospital Regional da
Asa Norte (HRAN) para o Lago Paranoá, região nobre de Brasília.
A tragédia ambiental no lago foi mais do que anunciada. De acordo com o
promotor de justiça do meio ambiente do Ministério Público do Distrito Federal
e Territórios (MPDFT), Roberto Carlos Batista, o problema com as caldeiras de
hospitais na capital do país persiste desde 1996.
Batista disse ainda que houve um vazamento na mesma caldeira, em 2012.
Na época, a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb)
informou ao MPDFT sobre a irregularidade. “Em julho de 2013, a Caesb apresentou
o relatório dizendo que as irregularidades com caldeira do hospital
continuavam e foi concedida à direção do hospital o prazo de 45 dias para a
solução do problema, que não foi resolvido”, ressaltou Batista.
Sobre a possibilidade de uma responsabilização pessoal para o caso, o
promotor informou que pela esfera criminal existe a possibilidade do gestor do
local da caldeira ser acusado de improbidade administrativa. No entanto, ele
ressalta que a responsabilidade pode ficar entre empresa contratada para a
manutenção da Caldeira e o GDF, ou seja, provavelmente vai sair do nosso bolso
mesmo.
A Secretária de Saúde do Distrito Federal, procurada pelo Diário do Poder, afirmou que as medidas de contenção
foram tomadas, em 2012, quando houve o vazamento. Após a reincidência do
vazamento, osecretário de Saúde, Rafael Barbosa, informou que foi aberto
processo licitatório para das caldeiras do hospital já foi iniciado e deverá
ser acelerado para evitar novos acidentes.
“A secretaria já vinha trabalhando no processo de substituição das
caldeiras, de modernização, em um processo que passa a utilizar, em vez do
óleo, o gás. O Hospital Regional de Santa Maria já funciona com esse modelo e é
um exemplo. Dessa forma, eliminamos qualquer possibilidade de contaminação do
lago por óleo que sai desses equipamentos”, disse Barbosa.
O vazamento da caldeira do HRAN no Lago Paranoá começou na última
quarta-feira (16). O óleo chegou ao lago por meio das galerias pluviais.
O hospital foi multado pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram) no valor de R$
280 mil. A extensão da mancha de óleo se estendeu em 190 m², com profundidade
de dois metros.
Leia mais na coluna Claudio Humberto.
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