Ouçamos este
diálogo entre Jhasua e o Ancião confidente, Haggeu, quando estava por terminar
o segundo mês de estada do menino naquele Santuário:
- Sabeis de
uma coisa, Servidor?
- Se tu o
não dizes...!
- É que
falta somente um mês para terminar minha visita aqui, e eu não desejo ir
embora.
- É verdade?
- É verdade
mesmo! Por que deveria ir, quando estou tão contente aqui? Não vos parece que
devo ficar?
- Não, meu
filho, muito embora eu também o deseje, e quiçá mais do que tu. Ainda não está
no tempo de entrares completamente no Mundo Real ou Espiritual, cuja
intensidade prejudicaria teu desenvolvimento físico. Quando atingires teus 15
anos, então será à hora de falarmos disso. Compreendes Jhasua?
- É uma
verdadeira lástima eu já não ter idade, pois então ficaria aqui com todo o
prazer!...- exclamou o menino, inclinando pensativamente a cabecinha.
- Muito
aprendeste e sentiste no Monte Carmelo, e muito aprendeste e sentiste
igualmente aqui. Acredita-me que, tanto lá como aqui, temos levado ao extremo a
dose de ensinamentos demasiados grandes para tua idade. Faltam apenas quatro
anos, e estes hão de passar bem depressa. Queres que eu prometa fazer-te uma
visita em cada um dos anos que estão faltando?
Ao ouvir
isto, Jhasua lançou-se o Ancião e, rodeando-lhe o pescoço com os braços,
deu-lhe um longo beijo na testa.
- Quão bem compreendeis
Servidor, meus desejos e sentimentos!- exclamou entusiasmado o pequeno. – Era isto
mesmo que eu ia pedir-vos, porque achava muito longos os quatro anos que demorarei
em voltar!
- Está bem,
Jhasua! Está bem! Isto quer dizer que nossas almas chegaram a entender-se sem
proferir palavra.
- Jhasua
pediu para que não lhes diga, minha mãe, ela sofre calada por causa da rigidez
e severidade do caráter de meu pai que jamais faz demostrações de afeto no
lar. E meus outros irmãos foram como que vasados no mesmo molde. Só jhosuelin é
um pouco diferente em relação à minha mãe e a mim quando estamos ausentes de
Nazaré; porém, basta que entremos naquela pequena casa e tudo é austera
severidade. Minhas meias-irmãos Elhisabet e Andrea são iguais a meu pai e já
estão casadas desde o ano passado; resta a menor delas, Ana, que longe de meu
pai é risonha e afetuosa e faz carinhos em minha mãe e em mim.
“Agradam-vos
Servidor, estas confidências familiares que estou fazendo?”
-Oh, muito,
meu pequeno jhuasua, muito! Porque, destarte facilitas o caminho para que eu
possa entrar no teu lar agindo de forma bem acertada.
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