Blog Moisés Arruda - Sobral/CE/Facebook-moiseslinharesarruda : Como o voto é distribuído em Fortaleza

16 de jul. de 2012

Como o voto é distribuído em Fortaleza

São vários os motivos que levam o eleitor a escolher este ou aquele candidato. Pode ser a aprovação ou reprovação da gestão em curso, questões ideológicas, interesses pessoais e muitos outros. Mas há, ao longo das disputas, uma certa regularidade entre a vontade do eleitorado e determinados grupos políticos que compõem o cenário eleitoral. Em outras palavras, Fortaleza não tem esses ímpetos rebeldes, como supõem alguns. Mas isso é uma outra história, que será abordada na última nota desta Coluna. O importante, por enquanto, é observar que alguns líderes costumam segurar seus liderados. Ao longo das disputas, mantêm performances semelhantes. É assim, por exemplo, que o candidato a prefeito pelo PCdoB, Inácio Arruda, sempre apareceu entre os mais competitivos. Isso, embora tenha ficado fora do páreo no último pleito municipal, eleito senador que foi dois anos antes.
O mesmo raciocínio vale para Moroni Torgan (DEM), que desde a última vez que pediu voto dos fortalezenses, nem no Brasil estava. Não por acaso, Inácio e Moroni, os dois mais veteranos desta corrida, já começam o embate acima dos 20%, como mostram os números da primeira e única pesquisa de intenção de voto na Capital até aqui.Importante constatar, também, que os candidatos do PcdoB e DEM tiram votos em setores muito diferentes do eleitorado. Quase antagônicos. O primeiro na faixa mais popular, e o segundo, na mais conservadora. CONTESTAÇÃO, OPINIÃO E AS MÁQUINAS Pela mesma lógica descrita acima, na massa de votantes tem a participação de candidatos com perfis mais contestadores, como Renato Roseno (Psol), e de opinião pública, alojados na classe média, a exemplo de Heitor Férrer (PDT). Fecham a lista dos nomes os legítimos representantes das duas principais máquinas administrativas do Estado: Elmano de Freitas (PT), pela Prefeitura de Fortaleza, e Roberto Cláudio (PSB), pelo Governo do Estado. Com ônus e bônus, o petista entrou na campanha em nome do atual governo. E como dito em colunas anteriores, a votação dele será o retrato da nota que o cidadão dá para a gestão do PT na Cidade. Da mesma forma, Roberto Cláudio vai explorar o prestígio - e eventuais entraves - que o Palácio da Abolição tem junto ao grande público. Já o tucano Marcos Cals deverá pegar a fatia dos que admiram o tassismo em Fortaleza.
Grosso modo, esse é o mapa eleitoral da Cidade, cujo conjunto de concorrentes certamente responderão por quase a totalidade dos votos no dia 7 de outubro. ALGUMAS VARIÁVEIS Só que o terreno não é tão nítido quanto parece à primeira vista. Oscilações de todo tipo e espécie existem ao longo do processo de disputa. Estrutura de campanha, erros e vacilos dos candidatos, tempo de exposição nos veículos eletrônicos e muitos outros fenômenos que só o acirramento da campanha é capaz de produzir. Tudo entra em jogo. Além disso, há as imponderáveis subjetividades do eleitor. Algumas indecifráveis. Entretanto, há fatores, bem mais objetivos que podem definir a disputa em Fortaleza este ano. Entre eles, este colunista destacaria o tamanho das coligações. Por um motivo simples e determinante: pela envergadura dos palanques passam todos as variáveis acima mencionadas.
 OS NÚMEROS FALAM Vejamos, como exposto no início desta Coluna, como o eleitor de Fortaleza guarda semelhanças de preferências ao longo das disputas. Em 2008, a petista Luizianne Lins foi reeleita em primeiro turno com 50,16% dos votos válidos. Dois anos depois, a então candidata Dilma Rousseff, do PT, tirou, na Capital, 50,72% da preferência. Naquele 2008, a candidata do PDT à Prefeitura, Patrícia Saboya, com o apoio do PSDB de Tasso, tirou 15,47%. Em 2010, o presidenciável tucano José Serra tiraria 16,08% na Cidade. Já Moroni, há quatro anos, ficou com 25% - um índice próximo do tamanho atual dele.
A propósito desses números, há um desvio favorável para Cid Gomes (PSB). O governador foi reeleito com 64,32% dos votos de Fortaleza. Quase 15 pontos percentuais dos que votaram em Dilma. Isso significa que o candidato do governador em 2012 já sai com essa vantagem? Claro que não. Mas o respaldo de Cid na Capital, se não tiver se deteriorado, é algo de que Roberto Cláudio não terá do que reclamar.
Erivaldo Carvalho

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