"Até quando a campanha exige que se aproveite ao extremo os espaços disponíveis, é preciso cuidado para que não se cometam erros que podem ser fatais"
Os dois candidatos apoiados pelas máquinas públicas em Fortaleza à Prefeitura, Elmano de Freitas e Roberto Cláudio, começaram a campanha sentindo na pele o que é ser desconhecido pela grande maioria da população. Nas atividades de rua, brilha muito mais a figura de um ou outro apoiador, ofuscando a imagem do principal postulante. Foi assim com o pessebista em um terminal de Fortaleza na semana passada, quando o vereador Vitor Valim, tentando se desvencilhar dos abraços e apertos de mão, teve de dizer para um eleitor que o candidato era “aquele baixinho careca”. Com Elmano não tem sido diferente. Barulhentos, e com estilo próprio, os militantes do PT têm se esforçado para apresentar o postulante à população, que não raro perguntam “quem é ele?”.
É claro que nessa primeira fase de campanha vale o corpo-a-corpo como forma de popularizar a imagem do candidato para que, a partir do início do horário televisivo, este já esteja na boca do povo. Inácio e Moroni, por exemplo, não precisam gastar tanta sola de sapato por já terem pulado essa etapa, e sabem bem que a campanha só começa mesmo na TV. Se o primeiro ainda tem participado de atividades esporádicas, o demista nem isso tem feito até agora. Para Roberto Cláudio e Elmano, todo esforço é válido e deve ser aproveitado ao máximo. Não à toa, o tempo utilizado em fala na tribuna da Assembleia na semana passada como presidente da Casa pelo candidato do PSB. Cláudio sabe que em comparação com Elmano, este leva bem mais vantagem por contar com trunfos como a militância petista e os apoios de Lula e Dilma, caso se deem na dimensão esperada. Até quando a campanha exige que se aproveite ao extremo os espaços disponíveis, é preciso cuidado para que não se cometam erros que podem ser fatais. No caso de Roberto Cláudio, ao falar sobre tapar os buracos da cidade caso venha a assumir a Prefeitura, esqueceu da responsabilidade da Cagece nesse quesito. Pode custar caro ter que responder depois sobre um problema, que se sabe, tem muita relação com a gestão estadual. Já Elmano, que tem se utilizado do slogan “candidato do Lula e da Dilma”, pode estar abrindo o flanco para que os outros candidatos cobrem a inclusão de Luizianne nesse mantra. Se ele propositalmente a excluiu, foi um erro. Se esqueceu, é bom começar a citá-la, antes que algum adversário o faça em público, o que não vai pegar bem.
Pulga atrás da orelha
Lula e Dilma são cabos eleitorais que qualquer candidato gostaria de ter. A presença dos dois na campanha, no mínimo, assusta os adversários. É aquela história do craque que, mesmo estando contundido, só a sua presença em campo já é perigo de gol. Por isso, deve causar certo incômodo ao PT de Fortaleza ver o governador Cid Gomes, hoje o maior oponente do partido no Estado, manter tanta proximidade com ambos. Depois do final do prazo das convenções partidárias, Cid já esteve com Lula uma vez, e mais recentemente, jantou com Dilma, junto com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Impossível que nestes encontros não se tenha tratado sobre a eleição de Fortaleza. Luizianne deve estar com uma pulga atrás da orelha.
O eterno vencedor Renato Roseno (Psol) é o tipo de candidato que agrada a todos os públicos pelo seu discurso coerente e forte. Jovem, bem aparentado e de palavra fácil, poderia ser eleito tranquilamente se contasse com a estrutura de partido mais bem estruturado. Há candidatos que sempre são vitoriosos, mesmo nas derrotas. Roseno é um desses, e parece não querer ir além disso. No último programa Jogo Político, apresentado pelo jornalista Fábio Campos, na TV O POVO, afirmou que só aceitaria apoio em eventual segundo turno, do PSTU. Não precisa dizer mais nada.
fonte - MENU POLÍTICO
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