Duas manifestações próximas geograficamente, mas de pontos de vista diretamente opostos, ocorrem neste momento na Praça do Ferreira, no Centro de Fortaleza. No dia em que ogolpe militar brasileiro comemora 50 anos, um grupo pró e outro contra a Ditadura se reúnem simultaneamente em alusão à data. Um pelotão do Batalhão de Choque da Polícia Militar (PM) está entre os dois grupos, na busca por evitar conflitos.
A manifestação contra o regime militar, intitulada“Ditadura nunca mais”, começou antes e conta com cerca de cem pessoas, entre elas a ex-prefeita de Fortaleza, Maria Luiza Fontenele, e os vereadores João Alfredo e Toinha Rocha (ambos do Psol). Eles exaltam liberdade política e relembram vítimas da Ditadura.
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Do lado pró-militar, o grupo“vamos comemorar a revolução” conta com cerca de 60 pessoas, quinze delas militares da reserva. Eles chegaram em trio elétrico tocando o hino do Brasil, destacando presença do general Torres de Melo entre os presentes. Eles defendem “movimento militar que salvou o Brasil do comunismo”.
“Todo mundo aqui é militar da reserva. O governo chama isso de democracia, mas proibiu militares de comemorarem uma data importante”, diz o capitão tenente da marinha da reserva, Humberto Ellery. A ex-vereadora de Fortaleza, Rosa da Fonsêca, rebate: “Não podemos querer justificar o que aconteceu na Ditadura por causa do que está acontecendo hoje. É preciso criar um novo movimento".
Autorização
Apenas o ato pró-militar ocorre com autorização da Prefeitura de Fortaleza. Segundo a gestão, a decisão de permitir o uso do espaço por apenas um grupo ocorre pois o movimento favorável ao regime militar pediu autorização primeiro.
Pela Constituição Federal Brasileira, é liberado o direito de se reunir livremente, "desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local".
Redação O POVO Online
com informações do repórter Bruno Pontes
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